Em estimativas antigas, apontava-se que o número de animais nas ruas de Campo Mourão era equivalente a ¼ da população, o que corresponde a mais de 20 mil animais. “Pode parecer que não é tanto porque não são apenas cachorros, estão incluídos gatos também e eles sempre ficam escondidos durante o dia”, explica a vereadora e uma das voluntárias, Elvira Schen. O número que já é grande poderia ser maior caso não houvesse o trabalho de cuidados e castração nos abrigos.
A voluntária conta que recebe diariamente entre 20 e 30 ligações pedindo ajuda da associação. “Mas não podemos fazer mais do que já estamos. Antes a gente fazia a cirurgia de emergência e depois corria para conseguir o dinheiro. Mas nossa dívida chegou em R$ 50 mil só com veterinário”, coloca ao explicar que uma parte desse valor foi pago com doações e campanhas restando aproximadamente R$ 27 mil. “Agora primeiro arrecadamos o dinheiro para depois fazer a cirurgia, não tem como ser diferente.”
Somado aos medicamentos para diversas doenças ou resquícios de atropelamentos a dívida fica em aproximadamente R$ 40 mil. No ano passado, em apenas um veterinário foram aproximadamente cinco mil procedimentos. “Tudo isso é mantido com arrecadação, vaquinha, rifas. Fazemos o que é possível para continuar ajudando os animais”, declara.
Lar temporário
Uma das formas de conseguir ampliar os cuidados foi com criação dos lares temporários. Muitas pessoas ficam com animais que estão se recuperando de doenças ou cirurgias por alguns dias ou meses, até seja possível uma doação ou leva-los novamente aos abrigos. “Temos casas que tem um, dois ou mais de 10 cachorros. Essas pessoas normalmente se responsabilizam pela ração, o que ajuda muito. Se não fosse isso, gastaríamos mais ou menos sete mil quilos por mês.”
Além disso, algumas pessoas que gostariam de ajudar, mas não tem condições de levar um cachorro para casa pagam a ração para animais que estão em lares temporários.
Recursos
“Estamos na expectativa de que muita coisa aconteça esse ano. Se não, não tem como continuar desse jeito”, coloca Elvira antes de explicar que em 2013 recebeu várias promessas de que seria possível dar verba pública para manter parte dos abrigos. “Nos explicaram que o recurso que o município estava trabalhando era do ano anterior e que por isso não tinha como disponibilizar essa verba, mas que esse ano seria diferente.”
A vereadora e voluntária destacou que outra associação recebeu verbas nos anos anteriores, mas somente para castrações. Recurso que, segundo ela, é insuficiente para fazer uma diferença real no número de animais errantes. “O ideal, já comprovado por estudos, é que haja um projeto de castração constante por cinco anos ininterruptos e que seja um valor significativo”, completa.
Principais necessidades
Elvira explicou que apesar de toda ajuda ser bem vinda, existem algumas prioridades:
- Lares temporários para a recuperação e filhotes: após um procedimento, o contato com outros animais e a exposição a vírus e bactérias pode colocar em risco a saúde dos animais. O mesmo ocorre com filhotes, pois nos abrigos estão alguns casos de sinomose (fatal para os filhotes)
- Doação de ração, dinheiro para medicamentos e dívidas
- Faxina: todos os sábados, os voluntários limpam os abrigos e neste momento, é preciso muita ajuda
- Passeios: Até mesmo passear com os cães acaba sendo uma tarefa impossível devido ao número de animais nos abrigos. Quem desejar pode se voluntariar para passear pelas ruas com alguns cachorros
Os interessados em ajudar podem entrar em contato com as voluntárias pelo telefone: 9937-7075 ou pela página social facebook.com/paisprotetoresanimais.
Fonte: www.itribuna.com.br
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